Neste domingo tive a chance de ir ao show da lenda da música popular brasileira Djavan. O show aconteceu no teatro da escola, o Berklee Performance Center, que estava praticamente lotado. O cantor e compositor do Alagoas apresentou por quase 2 horas e contava com um trio de mestres em sua banda. Na percussão a lenda do pandeiro Marcos Suzano. Na guitarra e no violão o versátil Torcuato Mariano e no baixo o meu chará André Vasconcellos.
Uma dos primeiros detalhes que percebi foi que a banda e o próprio Djavan pareciam estar particularmente animados em apresentar na Berklee. A platéia era composta por uma grande quantidade de brasileiros que residem em Boston ou nas redondezas, fazendo com que o clima da noite fosse de um reencontro entre velhos amigos. As pessoas gritavam por ele e o elogiavam mesmo antes da primeira música ser apresentada.
A primeira canção, “Seduzir“, do seu álbum de mesmo nome, contou com um arranjo mais jazzy, com direito até a introdução no scatting (solo vocal) por Djavan. Sua ideia era aproximar e realçar a bela relação que a música popular brasileira tem com a americana, mais especificamente o MPB com o jazz.
Djavan está no momento fazendo a tour de seu novo álbum, Ária. Neste álbum, lançado em agosto de 2010, o cantor faz tributo ao cancioneiro brasileiro, que nas palavras do próprio Djavan é extremamente rico. O disco é composto apenas por canções de grandes nomes da música brasileira como Antônio Carlos Jobim, Cartola, Caetano Veloso, Beto Lopes, etc. Também presente no disco está “Fly me to the Moon” de Bart Howard, em uma versão brasileira do clássico do jazz americano. Felizmente tivemos a chance de ouvir a maioria das versões do disco na apresentação deste domingo. Vale a pena destacar as músicas: “Brigas Nunca Mais” e “Disfarça e Chora” por Jobim e Cartola como os pontos altos da noite.
Djavan tocou também uma boa quantidade de suas músicas mais famosas que fizeram com que o auditório inteiro cantasse em um belo coro. O cantor convidou a platéia a ir dançar mais perto do palco, fazendo com que todos se levantassem e movessem ao som da banda. Ouvimos a banda tocar “Sina”, “Samurai”, “Linha do Equador”, “Lilás”, “Oceano”, “Flor de Lis”. Para uma banda com apenas 3 integrantes na maior parte do tempo, o som estava excelente e contagiante. Observar Djavan se divertir tanto no palco exibindo passos de dança, apertando a mão das pessoas mais próximas ao palco foi um momento memorável.
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